Tradução José Filardo
POR ARMANDO pouille
O primeiro grau da maçonaria em loja chamada “azul” é o aprendiz. Alcançá-lo é aceitar o princípio da iniciação.
A iniciação do aprendiz
Ela pressupõe a transmissão, no seio de uma comunidade iniciática, de um “segredo” por meio de símbolos expressos por um ritual que fará de um profano um verdadeiro iniciado ao grau de Aprendiz maçom. A primeira das qualidades que faz com que o iniciado (Aprendiz Maçom) seja reconhecido como tal, é, sem dúvida, a aquisição e a prática de valores morais. Estes valores situam-se em um palno geral, e vão muito além do que é certo ou errado. Para participar nesta cerimônia de recepção, o profano vem, voluntariamente, buscar conhecimento e luz, que farão dele a personagem ativa de sua aprendizagem por meio de ritos iniciáticos. É por uma sucessão simbólica de mortes e ressurreições que a iniciação torna-se uma passagem do tempo ao não tempo. O iniciado aprendiz maçom, ao final de suas mortes e ressurreições simbólicas torna-se cada vez mais presente no outro mundo, este mundo oposto ao mundo da aparência e do ciclo temporal.
O renascimento
O iniciado, durante a sua iniciação deve operar sobre si mesmo uma transmutaçã parecida com aquela dos alquimistas. Compete ao futuro aprendiz executar a primeira parte com o ritual do grau que traça para ele um programa fiel de operações a realizar para esta finalidade. O caminho iniciático em direção do qual o iniciado avança repousa sobre valores fundamentais essenciais, sem os quais é impossível perceber e experimentar o sagrado, com força e verdade. O iniciado possui apenas parcialmente esses valores. O profano para se tornar um aprendiz maçom deve assim ser iniciado. Ele é introduzido pela primeira vez em um lugar isolado para refletir e se despojar de todos os metais. O homem que quer ser livre deve se desapegar de coisas frívolas. Sem fazer voto de pobreza, é importante lembrar que a ganância é o pivô de todos os vícios.
V.I.T.R.I.O.L
O primeiro símbolo V.I.T.R.I.O.L. “Visita Interiora Terrae, Rectificandoque, Invenie Occultum Lapidem.” (Visite o interior da Terra, e retificando-se pelas purificações, você encontrará a Pedra Oculta – pedra oculta dos sábios) encontrado pelo reuniu-se pelo candidato convida a pesquisa do Ego profundo, que não é outra coisa senão a própria alma humana no silêncio e meditação. Para perceber a luz da vida em si, o iniciado deve estar silenciosamente em contato com seu ser interior, com a sua alma, daí o silêncio que lhe é imposto.
Como uma criança ao nascer, o profano sai da câmara de reflexão depois de deixar algumas roupas, para exibir o coração descoberto marcando assim que nenhuma restrição egoísta o isola do resto da comunidade. O joelho direito nú indica quanto a ele os sentimentos de piedade filosófica que presidem a busca da verdade. O pé esquerdo descalço, lembar-lhe-á o uso dos orientais de tirar os sapatos antes de pisar no chão de um recinto sagrado. Privados de seus metais, despojado de algumas de suas roupas, seus olhos cobertos com uma venda, o profano nascido livre e de bons costumes manifesta então a sua intenção de participar do sua iniciação. Introduzido no Templo, ele nada vê; ele só pode sentir. Depois de passar pelas provas iniciáticas, ele receberá a Luz para assumir o seu compromisso solene e dedicar todas as suas forças ao triunfo da justiça, amar seus irmãos, de os socorrer na medida de suas possibilidades e submeter-se às leis. Verdadeiramente livre e digno do título de iniciado, o Aprendiz Maçom se esforçará para aprofundar o significado da cerimônia, à medida que ela se desenrola diante dele. Através de suas pesquisas, ele conseguirá adquirir ciência, arte, tecnologia, consciência pessoal e coletiva: uma cultura. Ele contribuirá por sua atitude para tornar mais profundo o recolhimento no seio do qual se realizarão as outras iniciações.
O número 3
É assim que o Aprendiz Maçom será reconhecido por seus irmãos quando lhe for perguntado onde foi recebido, ele responderá: em uma loja justa e perfeita. Esta resposta está na ciência fundamental. A iniciação maçônica ensina que a loja onde o homem foi recebido é a sua forma corporal, que é o Templo da sua inteligência. Esta forma tendo em sua origem o número 3, que expressa especificamente os três princípios fundamentais simples de qualquer corporatization chamados enxofre, sal e mercúrio, e portanto corpo do homem se origina como todos os outros corpors da natureza elementar. Estes três princípios se manifestam nas diferentes substâncias que o compõem, e é com razão que se reconhece a presença do enxofre ou do fogo no fluido chamado sangue; aquele do Princípio sal ou água salgada nas partes moles ou insensíveis; e o do mercúrio ou terra nas partes sólidas ou obscuras. Neste sentido estritamente verdadeiro 3 formam a loja do homem, isto é, o seu envelope material.
Este número e outros são onipresentes na Maçonaria. Diz-se também, por outro lado, ao aprendiz maçom “não se esquecer de que para aperfeiçoar o seu conhecimento é preciso consultar as Escrituras.” Pois quem quer que bebe da fonte que é a Escritura pode compreender a verdadeira natureza do sagrado e seu simbolismo e, assim, entrar na busca humana do desejo de descobrir a Verdade, eis aqui o propósito do aprendiz maçom recém-iniciado.
Autor
Armand Pouille é o autor de Conhecer e compreender a Maçonaria – Edições Vega 2009